Hoje é dia de boa literatura. Vamos listar os 10 melhores livros do Stephen King!
Se tivéssemos que escolher 20, 30, daria para fazer. Esse é um dos grandes diferenciais do “mestre do horror” em comparação a tantos outros bons escritores que a história teve o prazer de contemplar.
Continue a leitura para conferir os 10 melhores livros do Stephen King.
Os 10 melhores livros do Stephen King
1. Os olhos do dragão (1984)
Comecemos com esta lista de melhores livros do Stephen King com uma escolha não muito óbvia.
King se aventurando na fantasia, fazendo uma releitura de um clássico conto de fadas para tentar desperta atenção de sua filha, então com 13 anos, que declarara que não tinha “o menor interesse em vampiros, demônios e coisas que ficam se arrastando”.
Essa estória do mago da corte de Delain, Flagg, que elabora um plano para matar um rei decrépito e incriminar o herdeiro direto do trono, aprisionando-o dentro de um obelisco, é agradável devido à fluidez da narrativa, arquitetura simples do roteiro que define de forma equilibrada o papel de cada personagem que, juntos, formam uma engrenagem eficiente, exitosa em manter o interesse e o consumo de páginas em um fôlego só.
Geralmente estórias de fantasia inclinam-se para relatos mais densos, mais complexos, com uma infinidade de personagens. Essa não. Mantém a objetividade, fluidez de um conto de fada, mas sem ser infantil.
Acho interessante colocar um livro do gênero entre os melhores livros do Stephen King para lembrar que o “mestre do horror” não se reduz ao estilo que o tornou célebre. Ele manda bem em outros tipos de gêneros também.
2. Carrie, a estranha (1974)
Impressiona como esse livro consegue, em apenas 164 páginas, construir personagens, situações e conflitos tão bem trabalhados e envolventes e jogar o leitor de cabeça no pequeno universo arquitetado. A imersão se deve à sacada de narrar os eventos por meio de notícias de jornais, matérias, revistas, arquivos da polícia. King esbanjando vigor criativo.
Detalhe de Carrie, a estranha é que se trata de uma obra fundamental para a carreira do escritor. Foi o seu primeiro trabalho publicado e que quase o fez desistir de escrever após inúmeras rejeições de editoras.
A obra narra a estória de Carrie, uma adolescente atormentada por guardar um segredo incomum: manifesta, conforme as suas emoções, poderes sobrenaturais que afetam objetos próximos. Por isso, é impedida pela mãe de viver como as garotas de sua idade e vira alvo de perseguição de colegas e professores. Humilhada, planeja uma vingança inesquecível.
3. À espera de um milagre (1996)
Esse livro talvez seja um dos que melhor exploram a habilidade do mestre King em abordar vários gêneros dentro de uma mesma obra – humor negro, fantasia, sentimentalismo, violência – e ainda ser extremamente bem sucedido em construir personagens cativantes.
Pudera, requisito indispensável para gerar ternura ao descrever a relação de um carcereiro da penitenciária de Cold Mountain com prisioneiros no “corredor verde”, corredor da morte, especialmente com o gigante assassino John Coffey, o qual aparenta contar com poderes místicos.
King consegue a proeza de fazer com que um rato, Sr. Guizo, tenha um papel relevante (bem maior do que no filme, mas compreensível, afinal, a dificuldade imposta pelo formato é evidente).
E por falar em formato, claramente o livro leva vantagem em relação à telona por ter mais condições de fornecer densidade de relatos, interações, o que sempre colabora para a construção do envolvimento do leitor com os personagens.
4. A metade negra (1989)
Entra na lista dos melhores livros do Stephen King por ser um dos trabalhos que mais se aprofundam na psique do personagem central, dissecando o seu modo de agir e pensar com tamanha profusão de detalhes que certamente causa identificação em qualquer pessoa com hábitos e gostos parecidos que em algum momento já tenha se envolvido com projetos, processos de criação.
A escalada da tensão é perceptível a cada virada de página, o que torna A metade negra um ótimo livro de suspense.
O volume conta a estória de um escritor de violentos livros criminais que decide se livrar do pseudônimo literário que utiliza para assinar suas obras com um enterro simbólico.
O que ele não podia esperar é que seu alter ego reapareceria em carne e osso revelando-se como o seu lado negro – e sedento por vingança.
5. O iluminado (1977)
Poucas experiências são tão marcantes na literatura do que perceber a loucura introduzindo-se paulatinamente (entendeu, Nicholson?) ao folhear de cada página.
Ser capaz de transformar objetos inanimados em personagem com vida própria e personalidade é para poucos.
Genial.
Sem dúvida, um dos melhores livros do Stephen King.
Quando Jack Torrance consegue um emprego de zelador em um velho hotel, tudo indica que seus principais problemas cessariam. Porém, o local demonstra-se um território dominado por forças malignas.
6. It – a coisa (1986)
Obra que se tornou pop novamente com a bem-sucedida adaptação recente para o cinema e por ter méritos óbvios.
Mais do que uma estória de terror, é uma estória envolvente, fluída, com personagens bem trabalhados e o mesmo quanto a estrutura narrativa, que transita entre passado e presente, jovem, adulto, mas sem causar confusão. Timing perfeito.
Novamente, a profusão de detalhes se destaca no papel de tornar o absurdo, o sobrenatural, crível.
Não poderia ficar de fora da lista dos melhores livros do Stephen King.
Aproveita e se liga na sinopse: sete adultos voltam à terra natal, em Maine, 30 anos depois de enfrentarem uma temível entidade sobrenatural que deixou marcas terríveis na cidade. Eles voltam para cumprir um pacto de sangue que fizeram quando crianças para combater o retorno do ser malévolo – que reúne forças para assombrar novamente o local.
7. Sob a redoma (2009)
Aprendi ainda no ensino médio por uma excelente professora de português que o segredo para ler os clássicos de nossa literatura é tolerar as 60 primeiras páginas, porque todo começo é meio arrastado, prepara demais o terreno com minuciosas descrições (O guarani que o diga), mas depois a estória pega no tranco e você não consegue larga mais.
Com Sob a redoma, essa “lei” deve ser aplicada, porém, a tolerância tem que ser maior: 200 páginas. O livro tem 960, então… Compensa. E como compensa o sacrifício!
Depois de todas as peças alinhadas no tabuleiro, meu amigo, é uma reta a 300 km/h até o fim, sem pit stop.
A sinopse é a seguinte: um campo de força se materializa subitamente em uma cidade do Maine, isolando os seus cidadãos do resto do mundo. O livro se debruça sobre a reação dos moradores ante ao acontecimento peculiar, os conflitos, os questionamentos, a luta pela sobrevivência.
Vale lembrar que essa obra também foi adaptada para a TV em formato de série. Foram 39 episódios divididos em 3 temporadas. Under the dome foi originalmente transmitida pela CBS.
8. Saco de ossos (1998)
Um escritor amargurado pela morte da esposa vive uma rotina de pesadelos e crise de criatividade. Decide retornar à cidade onde passou momentos felizes com a falecida esposa.
Mas a cidade está mudada e a mercê de um poderoso homem cruel capaz de tudo para arrancar a neta da guarda de sua jovem mãe viúva.
É neste local que Mike Noonan volta a escrever e vive a tormenta de pesadelos cada vez mais assustadores.
É um dos melhores livros do Stephen King por reunir todas as virtudes que lhe são características: ritmo, construção de personagens, estória envolvente – e um final espetacular.
9. A zona morta (1979)
Um simplório professor secundário acorda de um coma de cinco anos com uma deformação cerebral, nomeada pelos médicos como “zona morta”, que o impede de reconhecer determinados objetos.
Contudo, essa região afetada o dota de capacidades únicas como prever o futuro, poder que se torna um fardo ao conhecer um inescrupuloso político que o faz ter o vislumbre de um futuro terrível onde os Estados Unidos mergulham em uma guerra nuclear e sob o comando do cidadão que acabara de conhecer.
Qual postura adotar?
Sofrer as consequências em silêncio ou decidir por uma medida drástica?
Destaco desse livro a criatividade de sua premissa, o conceito da “zona morta”, a singularidade do problema do protagonista que não consegue identificar certos objetos e por seguir pelo caminho menos óbvio.
Não é uma obra de ação, trata de questões políticas e relações familiares. E tem um final emocionante. Um dos melhores livros do Stephen King, sem dúvidas.
10. Quatro estações (1982)
Novamente King saindo da zona de conforto com quatro contos que tratam de temas que levam à reflexão, despertam sentimentos de nostalgia, empatia, desespero.
Não são propriamente de terror e horror, apesar de terem umas pitadinhas do gênero.
Os três primeiros contos foram adaptados para o cinema: O aprendiz (Verão da corrupção, no livro), Conta comigo (Outono da inocência, no livro) e Um sonho de liberdade (A primavera eterna, no livro). Não precisa escrever mais nada.
O último conto, Inverno no clube, é tão bom quanto os outros.
Considerações finais
O que você achou dessa seleção de 10 melhores livros do Stephen King? Quais deles você já leu? Conte para nós nos comentários!