Conhecer os principais livros sobre comunismo significa entender melhor esta ideologia socioeconômica e política. Por fim, implica em compreender que ela visa promover a edificação de sociedades igualitárias, nas quais inexistam as classes sociais.
Primeira, esse novo modo de produção pressupões que os meios produtivos sejam de propriedade comum. Ou por outra, a formação de uma sociedade apátrida, isto é, que não esteja sob a égide de um Estado nacional.
Assim também, o comunismo pode ser considerado a antíteses mais bem formatada do capitalismo. Com toda a certeza, isso deve ao fato de que a propriedade privada (entendida como posse de capitais) é abusiva, pois, serve a uma reduzida minoria.
Com a finalidade de transformar a realidade, o comunismo considera, diferentemente da valorização da propriedade privada individual ora vigente, que a sociedade, como um todo, deve ser a proprietária de seus meios de produção.
Esses 3 livros sobre comunismo vão transformar sua vida
Considerando uma perspectiva histórica, o comunismo pode ser visto como a culminância da evolução humana. Seja como for, nesse sistema, a sociedade se organiza de forma a abolir todas as desigualdades.
A princípio, essas diferenças são identificadas como as responsáveis por inúmeros problemas sociais, tais como a miséria e a violência. Aliás, o termo “comunismo” remete ao vocábulo latino “communis” (“comum”, em tradução livre), em junção ao grego “ismo” – responsável por nomear sistemas de crenças e/ou ideias.
Ao passo que o comunismo pode, de modo geral, ser considerado a fase final da implementação e da evolução do sistema socialista, ele teria lugar assim que o Estado fosse dissolvido.
Por exemplo, a partir da extinção do Estado, é possível emergir uma sociedade que divida as riquezas de formas igualitárias, entre todos os cidadãos que contribuem, de alguma forma, com a sua própria força de trabalho.
De acordo com as teses comunistas, o primeiro momento de transformação ocorreria a partir da chegada do socialismo. De tal forma que, enquanto regime de transição, o socialismo cumpriria o papel de estatizar a propriedade privada dos meios de produção.
Com o propósito de realizar esse intento, o Estado seria finalmente abolido, com o poder político conquistado pela classe trabalhadora. Em suma, não restariam mais divisões territoriais, países ou governos.
Primordialmente, as desigualdades entre as classes sociais seriam extintas. Porém, isso nunca aconteceu, de fato, em toda a história humana. Nesse hiato, o comunismo, no campo teórico, segue propondo que todos os meios produtivos, como minas, fazendas, fábricas e outros passem ao controle direto dos trabalhadores.
Os 3 livros que apresentamos a seguir explicam, em grande medida, os elementos fundamentais e o surgimento dessa filosofia política, bem como suas implicações na atualidade.
1. ABC do Comunismo, por Nikolai Bukharin
Originalmente publicado no ano de 1920, portanto, 3 anos depois da Revolução Russa, esta obra é tida como o primeiro manual programático de divulgação do Partido Comunista.
Visto que é bastante didática e sintética, ela é, até os dias atuais, uma fonte importante de formação política. Nesse sentido, o livro tem início com uma explicação acerca do conceito de “programa partidário” e sua importância.
Por outro lado, o autor descreve, a partir desse ponto, as concepções soviéticas em relação ao desenvolvimento do capitalismo, da ditadura do proletariado e da Revolução Comunista.
Em primeiro lugar, é inescapável reconhecer a grande seriedade e o imenso valor científico desse livro. Por mais que ele tenha sido destinado, principalmente, aos leitores iniciantes, também servem aqueles que almejam transcender as teorias e aprender acerca da primeira experiência prática dos ideais comunistas.
2. Como mudar o mundo, por Eric Hobsbawm
Este livro reúne ensaios, conferências, artigos e prefácios de Hobsbawm que, além de intelectual, sempre foi um ativo militante político. Entretanto, a coletânea engloba décadas de intensa aproximação com as obras de Marx e o seu legado.
O autor reafirma que as reflexões acerca do capitalismo, presentes nos trabalhos de Marx, continuam sendo válidas. Em síntese, “Como mudar o mundo”, consiste em uma espécie de tributo às influências de Marx sobre o historiador britânico.
Por fim, essa inspiração é perceptível em toda a sua trajetória política e acadêmica. Primordialmente, consolidadas a partir da década de 1930, quando ingressou em uma associação de jovens comunistas da cidade de Berlim.
Ao mesmo tempo, a afinidade ideológica do autor não compromete, entretanto, sua lúcida interpretação das trágicas falhas ocorridas por todo o século XX, perpetradas por aqueles que defendiam os ideais comunistas.
A abordagem de Hobsbawm
A fim de que os leitores se aprofundem na produção dos textos fundadores do comunismo, Hobsbawm dedica a primeira parte de seu livro ao estudo das obras:
- “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”,
- Os “Grundrisse”;
- O “Manifesto do Partido Comunista”;
Por isso, nosso autor consegue apontar com primazia os antecedentes históricos da filosofia marxista. Acima de tudo, confere especial destaque à originalidade de interpretação global do sistema capitalista e suas atuais contradições.
Ademais, na segunda parte do livro, a história marxista é analisada a partir dos anos de 1890 (após o falecimento de Engels). Em conclusão, o leitor conhecerá o início de sua trajetória nos sindicatos operários, a ascensão da social-democracia europeia, as lutas antifascista tanto na Primeira quanto na Segunda Guerra Mundial, bem como a influência do pensamento marxista sobre os intelectuais asiáticos.
Mas, Eric Hobsbawm identifica um militante e escritor em especial, qual seja, o italiano Antonio Gramsci. Aliás, as ações e escritos de Gramsci, assim como sua intervenção no debate comunista são objeto de 2 capítulos.
3. Manifesto do Partido Comunista, por Karl Marx e Friedrich Engels
Esse é um tratado político que é considerado como um dos maiores influenciadores da História Contemporânea. Além disso, no ano de sua publicação original (1848), diversas revoluções varriam o Velho Continente.
Como se vê em momentos de convulsão sociais, variais correntes se rebelaram contra os regimes autocráticos e monárquicos, e passaram a comunicar os seus próprios ideais, tais como os:
- Nacionalistas;
- Democratas;
- Liberais;
- Socialistas etc.
Inegavelmente, contudo, foi o “Manifesto do Partido Comunista” a máxima expressão dos propósitos e programas da chamada “Liga dos Comunistas” nesse período histórico. Em suma, esta obra é, certamente, um dos melhores e mais fundamentais livros sobre comunismo.